sábado, 3 de maio de 2008

'Samba Meu' em Porto Alegre (26.04.2008)


Não sei messsmoooo por onde começar prá falar deste show. Vi todos os vídeos do Samba Meu que foram colocados a nossa disposição. Já tinha visto o show ano passado mas este transcendeu tudo o que já tinha sido visto.

Primeiro eu queria fazer uma ressalva quanto ao público gaúcho que, no geral, é muito parado! No show da Vanessa da Mata eu quase tive convulsões com vontade de levantar... o pessoal só foi fazer isso depois que ela pediu... e isso que foram meia dúzia de gatos pingados, dentre os quais eu me incluía. Isso, de que o público gaúcho é mais reservado, mais contemplativo, mais cizudo (digamos assim) é fator conhecido. O show da Maria Rita derrubou isso por terra. A gauchada tava mais solta que lambari em beira de sanga, mais assanhada que china de roupa nova e mais faceira que guri comendo doce. Traduzindo: a GAUCHADA SURTOU!


Lutei muito pela cadeira na primeira fila. Fiquei sentada nela por uns dez segundos uma vez que comecei a cantar e sambar na segunda frase da capela do Samba Meu. Como eu tava no canto e tinha tirado o sapato (prá diminuir a altura) creio que não estava atrapalhando o povo. Eu perguntei pro pessoal de trás se eu estava atrapalhando eles disseram que não: ou eles ficaram com pena de mim ... ou ficaram com medo.

De Samba Meu prá O Homem falou foi um pulo ! A voz dela está cada vez mais potente... a desenvoltura cada vez mais notável. Nos primeiros ê ôs ê ôs ê ááás eu só estava no céu. Tá Perdoado foi muito gostosa de ouvir, assim como todas as outras do Samba Meu. Ela consegue colocar o corpo na interpretação. Cantou com os braços, com as pernas, com a barriga, com a saia, com as luzes e conosco que, boquiabertos, estávamos maravilhados. Uma coisa muito legal que eu achei foi o número de pessoas idosas que estavam ali na frente e que, tal qual adolescentes, sambaram e babaram pela Santa. Mostra o quão abrangente está a obra dela, em termos de público e tals.
Depois disso eu lembro do momento Muito Pouco... onde, quando eu percebi, estava imitando os gestos dela ao cantar. Vixi, até microfone imaginário eu tinha. Com a flor vermelha também, claro. rs

Muito Pouco é um dos grandes momentos do show. Deixa sem fôlego. E ela sabe disso. Tanto que quando chega na parte do “e pouco eu não quero Maiiiissssssssssss” ela solta cada vez mais aquele vozeirão !

Sobre as falas dela... pediu desculpas pelo atraso cujo tempo exato eu nem computei. Pediu desculpas também pela recusa que ela e a produção fizeram a respeito de uma sessão extra que queriam que eles fizessem as seis da tarde (não entendi se de domingo ou sábado), mas que eles não aceitaram por falta de tempo.
Ela falou do carinho que tem por Porto Alegre, da alegria, carinho que sente por esta terra. Ao ser ovacionada com muitos volte sempre ela ainda brincou, dizendo que assim a deixaríamos metida. (E fez aquela carinha a la Brigadaaaa dela)
Eu tinha combinado com uma amiga, que estava bemmm no centro do palco, que iríamos trocar de lugar na hora de Santa Chuva, pois é uma das minhas preferidas e eu queria muito ver de perto. Assim, no meio de Caminho das Águas, eu troquei de lugar. Prá não atrapalhar, eu caminhei de cócoras... de salto fino, 10 cm. (É. Ainda bem que tava escuro.)

Quando eu cheguei, sentei e comecei a ouvir Santa Chuva pude perceber as origens e fundamentos do meu xiitismo. Inenarrável a sensação de ver Santa Chuva tão de perto. Depois disso, eu lembro que começaram os acordes de A Festa... eu olhei prá moça que tava do meu lado e, tipo, levantamos. Quando eu virei prá trás prá chamar o pessoal prá levantar também.... a maioria já estava fazendo. Meu braço mal tinha voltado pro lugar quando a galera toooda levantou e começou a cantar.

Daí para o final, o show fluiu em ritmo de Bis... e de um Bis interminável. O recado final foi dando quando começamos, os fãs, a cantar Não Deixe o Samba Morrer. Eu entrei no Teatro disposta a ouvi-la cantar esta música e, claro, já tinha combinando de pedi-la junto com uma amiga. Só não imaginava que seria tão linda. Aproveitei um silêncio entre uma música e outra e comecei a cantar o refrão, juntamente com duas amigas. Uma... duas.... três....na terceira vez mais pessoas estavam cantando, enquanto Maria Rita nos olhava, emocionada. Unindo-se ao nosso coro... ela pediu que a banda começasse. E ela começou. Acorde por acorde, a voz da Maria Rita entrou e, como sempre, marcou. Marcou presença no Teatro Bourbon e deixou bem claro porque e a que veio. O samba, bem como a qualidade musical brasileira, não morrerá. Obrigada, Maria Rita.



*Gabriela

4 comentários:

Dane, ♥. disse...

ahhh ... =)
dá pra sentir a emoção só ao ler.
muito legal gabii! Maria Rita mexe mesmo com a gente, de um jeito que nem dá pra explicar, mas a gente se entende . . .
cada dia que passa fica mais perto de junho, OBAAA!
beijos, seres.

Juliana Moraes disse...

Gabi, adorei seu post...
Super xiita!!!hahahahah
Mas é mta emoção o show dela, neh???
Tb vamos puxar música aqui em sampa, é fato! Basta decidirmos qual será e se ela atenderá nosso pedido...hahahahha

Anônimo disse...

Gabi escreve lindamente e xiitamente também!
Esse show deve ter sido inesquecível com certeza!

Obrigada MR por nos dar tais momentos ♥

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.