Protesta, por favor!

Gosto muito da música independente. Como gosto da arte independente de uma forma geral (acho uma pena, por exemplo, a Fernanda Young não ter largado as editoras, de uma forma geral, ao invés de simplesmente mudar, para publicar “As pessoas dos livros”, uma crítica à editora). Gosto do protesto como gosto do boicote. Adoro quem boicota! Boicotemos, senhores!
Não me esqueço de uma entrevista que li da Maria Rita, em que ela dizia ter brigado com os pais de um amigo por eles serem preconceituosos. Assim, acredito que ela também tenha suas indignações (que foram, de uma forma ou de outra, expostas com as músicas d’O Rappa), e talvez só esteja esperando o momento certo para colocá-las para fora. Começou com as latas de leite, né não?!

Zazie, para mim uma das melhores cantoras de todos os tempos, é conhecida por colocar em suas composições seus pontos de vista. Quase choro quando ouço ela cantar 'J’étais là' do álbum Totem. Adoro a frase 'j’étais là et je n’ai rien fait' (algo como “eu estive aqui e não fiz nada”). Ou então O Teatro Mágico (uma trupe independente, hoje bastante conhecida) criticando a qualidade da música hoje e a falta de acesso em “Pena”, do álbum Segundo Ato. Fernando Chuí (músico independente) em “Tubaína” (do álbum Feito a Mão): “E a nova ordem determina que o que for sonho se assassina”. Ou mesmo “Palavra Cantada”, com suas músicas infantis protestando contra o trabalho infantil (“criança não trabalha, criança dá trabalho”) ou em “Fome come”.Estou esperando ansiosa por essa postura da Maria. Então, protesta, por favor!


*Harumi Nakasone, que boicota... Ah, boicota!