“Passa rápido demais...”

O show do dia 16 de setembro de 2009 talvez tenha sido o mais surpreendente dos últimos tempos.
Pra começar, ficamos sabendo da venda dos ingressos um dia antes de eles começarem a ser vendidos, ou seja, uma baita correria. Depois, o show foi realizado na pré-inauguração do Teatro Bradesco, em São Paulo. E, last but not least, o show contaria com a participação de Ed Motta.

Mal sabíamos nós que essas eram só as primeiras surpresas da noite.

Pela segunda vez na breve história do Teatro Bradesco, as cortinas se abriram. Atrás delas, ela.
Vestido branco, cabelo preso, microfone em punho. Aquela cappella inconfundível e a certeza de que a noite prometia muita coisa boa.

Na hora do "fala banda" ela falou sobre o novo teatro - que é um espetáculo a parte - e, desde essa hora, já deu pra perceber que ela tava muito a vontade na frente daquelas quase 1500 pessoas e naquele palco assustadoramente grande.

O show correu normalmente até Pagu. Depois disso, Maria Rita chamou Ed Motta ao palco e os dois cantaram três musicas juntos. Os arranjos ficaram diferentes porque, pra essas músicas, o bom, velho e saudoso piano-baixo-bateria foi o que rolou.
A Turma da Pilantragem, que já era deliciosa de ouvir, ficou ainda mais gostosa de ver.
MR e Ed estavam em perfeita sintonia, cheios de graça e de uma alegria muitíssimo contagiante. Encontros e Despedidas ganhou uma cara bem diferente por causa da participação do Ed. E apesar de ter sido diferente, não foi menos emocionante. Ficou com uma pegada que eu, até então, nunca teria imaginado.
Sobre Todas as Coisas foi o momento mais emocionante da noite, sem dúvida alguma. Achar alguém que não tenha chorado é uma tarefa difícil... foi uma avalanche de memórias, de saudades e de emoções que resolveram sair pelos nossos olhos. Pra mim, essa vai ser uma daquelas histórias que eu vou contar pros meus netos: “Quando eu tinha 19 anos, vi Maria Rita e Ed Motta cantando uma das mais bonitas músicas do Chico Buarque. E foi mágico.”

Depois da participação sensacional do Ed, o show correu normalmente até o final, com o mesmo set list da turnê.
Na hora de Corpitcho, como sempre, MR nos procurou! E dessa vez ela deixou muitíssimo claro que estava nos procurando! Ai... o coração sempre dispara quando o palco fica todo verde e ela aponta pra nós.

No bis, MR voltou com Não deixe o samba morrer e depois chamou Ed Motta ao palco novamente para, mais uma vez, cantarem A Turma da Pilantragem. Dessa vez, todos os músicos permaneceram no palco e, como disse a patroa, era hora de se divertir. E eu du-vi-do que alguém naquele teatro não tenha se divertido! Foi uma alegria generalizada!

Esse texto vai chegando ao seu final com a certeza de que os 3493 caracteres usados não foram suficientes para relatar o que aconteceu naquele teatro. Além disso, eu estou tentando, humildemente, descrever algo que não dá pra contar, só dá pra sentir, pra viver. Espero que tenha sido possível imaginar pelo menos um pouquinho do que aconteceu.

Depois de toda a felicidade vivida hoje, só tenho a agradecer:

Obrigada a Deus, por eu ter tido a chance de viver essa noite.
Obrigada a Maria Rita, ao Ed Motta e aos músicos, por terem tornado isso possível.
Obrigada aos Seres Cantantes, serem as melhores companhias do mundo e por estarem presentes em vários dos melhores dias da minha vida.


Beijos e até a próxima!

*Juliana Periscinotto, que escreveu esse texto de madrugada na certeza de que não vai conseguir dormir lembrando do que aconteceu hoje.