segunda-feira, 19 de abril de 2010

Não ligue se acaso meu pranto rolar

No dia 04/10/2008 eu senti (juro que senti) que algo diferente ia me acompanhar por muito tempo. Conheci a Ju Periscinotto, numa tarde de cursinho. Ela contava sobre o show da Roberta Sá e eu lamentava por não ter ido. Mas ela logo disse: meu negócio mesmo é com a Maria Rita. Bom, a partir daquele momento não faltou assunto entre a gente. Mal sabia, mas além de uma concorrente de vestibular, eu ganhava uma amiga e uma conexão com mais um monte de gente especial que eu tinha que conhecer.

Show a show eu ia conhecendo cada uma dessas loucas que hoje são fundamentais na minha vida. Mas foi no dia 5 de março de 2009 que tive o prazer de assistir ao primeiro show do Samba Meu ao lado delas. Lembro bem: a Dane perguntou pra MR se era paetê, uma doida varrida subiu no palco e a gente ficou lá no canto dançando. Parecia que eu conhecia aquele bando há séculos!

No final de março (dia 29, pra ser mais precisa) eu me despenquei lá do meu latifúndio no extremo sul de São Paulo e peguei um microonibus para a Gleba do Pessego. No caminho encontrei por acaso a Iedinha e láááááá no Sesc Itaquera, finalmente conheci a Isita. O que pra nós, paulistas e paulistanas, havia sido o melhor show da Maria Rita, para a nossa carioca foi fraco, sem emoção. Enfim, quem não lembra daquela capella meio capenga de Santa Chuva? Pior: quem não se lembra disso cheio de sentimentalismo? Foi um domingo legal, com direito a ônibus lotado e tudo.

Uma semana depois madrugamos no Anália Franco, lembrando que na noite anterior muitas de nós tinhamos nos acabado num dos melhores shows da Fabiana Cozza! (Aliás, acho mancada me zoarem pq eu cochilei! haha). Lembro de fila lá fora, correria pras cadeiras, banheiro químico, sequência musical mais que perfeita (Paulinho, Elis, MR, Chico (beijo Isita) e Roberta Sá (outro beijo, Isita) - não necessariamente nesta ordem!), insolação, marquinha nada sexy de pulseira e café-almoço-janta no shopping.

Agora vou falar de um dia muito significativo para mim, o dia 3 de maio de 2009. Virada Cultural. Ju e eu chegamos cedo no centro de São Paulo. Confusão no metrô, as ruas que teriam inspirado o Ensaio Sobre a Cegueira. Show do (finado) Cordel do Fogo Encantado, gente, show do Zeca Baleiro, muita gente... Chegávamos cada vez mais perto da grade (que não sabíamos, mas ficaria tatuada em nossos corpitchos pela semana toda). Finalmente o resto da trupe chegou. Inacreditavelmente, em meio a milhares de pessoas, ficamos todos próximos, muito próximos, próximos a ponto de mobilizarmos a todas para colocar a blusa ou trocar de perna de apoio. Show dos Novos Baianos, Amandette na área VIP e eu, bixete-protojornalista, sonhando com a credencial.

"O meu samba vai curar teu abandono...". Por algum motivo bastante óbvio, esta frase tornou-se um alarme xiita. Ao ouvi-la tudo era esquecido, pelo menos por 1 hora e meia. Entre eôs, eás, vens e "que vai ganhar e subir esse ano" fomos dançando, nos esgoelando, brigando pelo pouco espaço que tínhamos. Até que Maria Rita resolve cantar "Santa Chuva" e choveu, nos olhos de cada um. Mas até aí, era mais um dia de fortalecimento da amizade e falta de dignidade. O que torna esse dia especial PRA MIM é posterior ao show, posterior à viagem até o Graja. Naquela noite, pelo MSN, eu me tornava uma ser cantante. Recordo agora, sem nenhuma modéstia, de todas as pessoas que disseram que eu era o melhor presente de 2009. Vocês todas, com certeza, também foram.

Tô atrasada (novidade!) pro trabalho, então vou correr um pouco mais agora. Foram inúmeros shows, inúmeras aventuras, inúmeras risadas e até decepções. O mais importante que fica pra mim, disso tudo, são os detalhes: é a chuva na Luz, a dancinha no Bourbon, é a alegria de Campinas (tirando quando perdi minha passagem!), é o lembrar da amiga que está longe a cada "Encontros e Despedidas", é a diversão no Boteco e na Vai-Vai. Fica também a certeza de que tudo isso é tão bom somente porque estamos juntas sempre. Pra mim, o pior show foi aquele do HSBC, em outubro. Talvez não por culpa da Maria, provavelmente o que tirou a cor de tudo aquilo foi a nossa separação forçada. Não é a mesma coisa sem cada uma de vocês, Seres.

Não vou mentir: eu quero o fim do Samba Meu, eu quero a Maria Rita de saias longas, eu quero ter tempo de sentir saudade do show, eu quero que ela entenda que o samba não pede brilho nem pernas de fora. Mas não posso fingir que não sentirei falta dessa época.

Quero agradecer a Elis e ao César por terem caprichado tanto nessa guria, cuja voz uniu uma galera que talvez não se encontraria nesse mundão.

Mais que tudo isso, eu quero TODAS vocês ao meu lado sempre. Independente de qualquer coisa...


*Juliana Koch

5 comentários:

Denize Dê disse...

Parabéns, Koch! Você que seeeeeeeempre me faz dar inúmeras risadas, hoje consegue com que eu derrame muitasn lágrimas.
O que posso dizer? Assino em baixo: "eu quero TODAS vocês ao meu lado sempre. Independente de qualquer coisa..." [2]

Quero voces comigo pra vida inteira, como acredito em reencarnação, teremos muitas outras vidas para vivermos JUNTAS.

Janaina Sempre Maria Rita disse...

Parabens mais uma vez meninas, a amizade de vcs é fenomenal, parabens Juliana pelo texto vc conseguiu dizer em palavras o q eu tbm gostaria de dizer a nossa querida cantora ...eu quero a Maria Rita de saias longas...eu quero que ela entenda que o samba não pede brilho nem pernas de fora..
Mais uma vez parabens a todas vcs meninas! E vamos nóis 24/04 bjos!

Janaina Sempre Maria Rita disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ღ Alê ღ disse...

Que lindo, eu vivi todas essas experiÊncias de samba meu, nos mesmo sentidos, correias ,loucuras etc, não me tornei uma ser cantante com tu,mais acredito que ganhei o carinho dos seres encantandes como sempre disse, bjos.

Anônimo disse...

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