Tristeza nunca mais

05 de novembro de 2006. Data em que tudo começou, pelo menos para mim.
Fiquei sabendo, pela rádio, que haveria show da Maria Rita no SESC Itaquera a preços populares (como “estudante” paguei R$3,00). Então, comecei a convidar algumas pessoas para irem comigo. Sim, eu não iria sozinha! Consegui que fôssemos em 6 pessoas. Pessoas estas que, por algum motivo, não conheciam o trabalho da Maria Rita e, assim como eu, sabiam que ela era filha da Elis Regina.
Eu não poderia perder esta oportunidade de ver a Maria Rita, filha da minha idolatrada por um preço tão acessível. Sim, até então, para mim, ela representava ser somente a filha da Elis Regina.

Cheguei ao Sesc cedo, para quem não era fã, cedo até demais (9h30 da manhã, o show estava previsto para iniciar às 15h00). Ao me aproximar do local do show e ao ouvir o som dos instrumentos na passagem de som, meu coração já começou a pulsar mais forte.
Cheguei ao lugar, que estava quase vazio, apenas algumas pessoas. Eis que vejo minha amiga conversando com uma pessoa que já estava lá e, que por sinal, estava em turminha. Pensei comigo: “se ela pode chegar e fazer amizade, então vou lá também”. Foi o que fiz! Essa turma estava realizando os últimos ajustes do presente da Maria Rita e eu já cheguei opinando por um presente que não era nem meu (sim, muito folgada). Ah, quem era essa turma?
Essa turma era nada mais, nada menos que: Dane, Fee, Gih, Juh, Kézia e Harumi. Entendemos-nos desde o primeiro instante.

Enquanto não começava o show, a turma que havia ido comigo me chamou para ficar com eles mais para trás. Eles estavam sentados, conversando, “de boa”... Só que não consegui, eu queria era ficar na frente, bem pertinho. Não sei o porquê, mas algo me dizia que era melhor ficar onde eu estava, na frente, na grade.
Conversei com demais pessoas, fiquei sabendo de histórias, ouvindo algumas coisinhas aqui, outras ali.

Maria Rita adentra ao palco logo após minutos de “vem, vem, Maria Rita, vem!”.

"Pronto, agora que voltou tudo ao normal" é assim que Maria Rita inicia o show e eu que estava ali simples, e puramente para ver a FILHA da ELIS, não consigo conter minha emoção, parecia que acontecia um sonho, que ela não era real, simplesmente tremia, sorria, e me emocionava ao mesmo tempo. Se ao iniciar o show ela canta que voltou tudo ao normal, sim, eu estava retornando ao meu normal, normal este que desconhecia totalmente.
Cantei, me emocionei a cada canção, cada gesto... Logo eu, que havia escutado o CD a semana inteira somente para não fazer feio no show.

O Sesc simplesmente ficou cheio, mais de 10.000 pessoas presentes, pessoas até em cima de árvore, um calor, um sol... A MR até disse para as pessoas se cuidarem, tomar água, passar protetor solar.
Ela estava única, hiper à vontade no palco, parecia que ela estava em casa. Acabara de chegar da Premiação do Grammy, na qual ganhou em duas categorias. E ainda disse: “que champanhe que nada, eu vim é comemorar com vocês!”.

Não teria momento mais propicio para meu 1° show, meu 1° show da Maria Rita.
Ela até chegou a brincar comigo, pois, como eu estava de fronte ao banquinho onde ficava a toalha e a água, sempre que ela ia tomar água, eu tentava tirar foto, só que eu estava tão emocionada que eu tremia muito e as fotos não ficaram boas, e em um dos momentos em que ela foi tomar água, ela fez uma careta pra mim. Foi aí que fiquei mais nervosa.

“É pela paz que não quero seguir admitindo”. Ela simplesmente se emocionou, foi aos prantos, deixando a lágrima do olho cair, ao ver aquelas mais de 10.000 pessoas cantando em uníssono.
Seu momento menina transpareceu ao cantar “Todo Carnaval Tem Seu Fim”. Ela cantava e pulava de um lado para o outro de tanta alegria, o refrão teve mais sentido, a música teve mais emoção e ela dava seu recado: “deixa eu brincar de ser feliz”.

Assim como a música, todo carnaval tem seu fim, o show também chegou ao seu final. Porém, me deixou com gostinho de quero mais. Meus amigos que não conheciam Maria Rita saíram admirados. E eu? Ah, deste dia em diante ela pra mim não era mais e somente a filha da Elis Regina, e sim, MARIA RITA!

Este show não me apresentou somente Maria Rita, me apresentou as pessoas que hoje em dia mais convivo, com quem divido grandes momentos da minha vida. Momentos de alegria, tristeza, incompreensão, ansiedade, angústia, e tantos outros sentimentos, como na música "todos os sentimentos me tocam a alma".
Deste dia em diante, não consegui, e nem quero mais me desvencilhar da Maria Rita e tudo que está em volta dela.

A partir deste dia, conheci a Denize que estava escondida (e bem escondida, por sinal). Conheci os sentimentos mais puros e verdadeiros que podem existir, conheci a amizade verdadeira, amizade sem inveja, sem egoísmo. E sim, a amizade que fica feliz pela vitória, que divide cada momento, cada pensamento...

Pois é, já se faz dois anos desde esta data tão importante e que jamais sairá da minha mente e coração. Parece que foi ontem...
Nesta data tão especial, ao recordar cada momento, cada detalhe do que vivi e vivo pós Maria Rita, eu só tenho a agradecer a Maria Rita, por ter me emocionado, alegrado, me presentear com meus melhores amigos, e a cada um de vocês, Seres, por tudo, tudo mesmo.
Sem vocês, minha vida não tem sentido, não tem cor, não tem alegria. Com vocês, pretendo passar cada instante da minha vida.

*Denize